Yoporeka SOMET Desde o século das Luzes, um preconceito tão arraigado quanto aberrante fez da África um continente sem passado, sem história, sem cultura nem civilização, mergulhado, de fato, nas trevas e na barbárie. A consequência disso é que, ainda hoje, muito poucos, mesmo entre as mentes mais cultas, estão dispostos a admitir que um fato importante de civilização encontrado na África possa ser obra de africanos negros. Segundo esse paradigma “ o homem africano não entrou suficientemente na História... Nunca ele se lança para o futuro. Jamais lhe vem a ideia de sair da repetição para inventar um destino!” Esse preconceito é de tal maneira abrangente que diz respeito a todos os domínios, à exceção talvez da música e do esporte. Basta pensar aqui na História, claro, mas também na Filosofia, na Arte, na Política, na Economia, e até mesmo num campo “neutro” como as Ciências. Eis como se manifesta neste último domínio, segundo as palavras indignadas de Jean-Marc Bonnet...