Dossiê: Ontologia e sujeito da política
Ao mirarmos o debate clássico da filosofia política, verificamos que o sentido do conceito de política está atrelado às definições aristotélicas de público X privado e ao longo trajeto em torno do conceito de Estado. A reflexão da história da filosofia por muito tempo apoiou-se na compreensão de política seja voltada ao Estado e suas formas de Governo, seja na figura de um soberano, justificando determinados arranjos políticos e sociais por meio de uma hipótese de natureza humana. O sujeito da ação política ao longo da história foi o Estado ou a "sociedade política", cuja afirmação depende da negação ou superação de um estado de natureza ou mesmo de determinada ontologia humana. Ainda que partindo de premissas próximas, a história da filosofia é marcada por dissonâncias, como a filosofia política de Rousseau, que concebe a ação política por meio de um corpo universal que deve expressar-se enquanto vontade geral; ou do pensamento de Hegel, que busca superar a oposição abstrata entre sociedade civil e estado; e, até mesmo Marx, para o qual o fazer político diz respeito à ação de um sujeito revolucionário. Na filosofia contemporânea as dissonâncias são ainda mais alargadas.
Diante da crise conceitual da contemporaneidade, questiona-se não somente os problemas consequentes da concepção histórica de política como ainda, o conceito de política. O que constitui isso, o político? O que torna possível uma política que vem? Qual a relação entre política e subjetividade? O que torna um ato ou um sujeito políticos? São questões trazidas por autores como Foucault, Rancière e Agamben e põem em perspectiva a tradição da filosofia política antiga e moderna. Ademais, contemporaneamente não é mais possível pensar em política unicamente por meio do conceito de Estado, tampouco advogando por uma pretensa universalidade de compreensão de natureza humana.
Nessa perspectiva, entendemos que a abordagem do tema deve ser realizada por meio de diversos eixos conceituais. Destacamos os principais eixos: Estado e Sociedade Civil; Afetos políticos; Representação política; Reificação; Práxis; Ética; Mídia e Comunicação; Psicanálise; Feminismo.
Com base nessas afirmações, a Revista Sísifo (ISSN 2359-3121 ), convida pesquisadores a encaminhar artigos sobre o tema até o prazo prorrogado de 10/11/2019. Os artigos devem ser enviados para o e-mail sisiforevista@gmail.com, obedecendo as regras estipuladas na seção submissão.
Dossiê Filósofos Brasileiros
Qual
seria a característica constituinte que designaria um autor como sendo um
“filósofo brasileiro”? Seria ter nascido por estas bandas e mais tarde em sua
vida partido para outro país, assim contribuindo para a filosofia não em seu
idioma de origem, mas naquele que o acolheu? Ou pode ser um estrangeiro adotado
por nossas terras tropicais, abraçando também o português para a construção de
sua filosofia? As possibilidades são muitas, e o Brasil como país que abriga os
mais diversos tipos culturais, não deixa de se furtar a também encontrar esta
diversidade no seio de seu pensamento filosófico. Estrangeiros ou naturais do
Brasil, nosso foco com o presente dossiê é buscar estes autores que atuaram (e atuam) de
modo a enriquecer o que podemos conhecer como “filosofia brasileira”, a partir
do momento em que adotaram a identidade de “filósofo brasileiro”. Matias Aires,
Vilém Flusser, Benedicto Nunes, Paulo Freire, Bento Prado Jr., Marilena Chauí,
Thales de Azevedo, Oswaldo Porchat, Farias Brito, figuras das mais diferentes formações
filosóficas, que escreviam (e escrevem) sobre os temas mais diversos, cada um vindo de
diferente canto do país e do globo, e ainda assim que conseguem ser unidos
nesta frase por esta mesma identificação de “filósofos brasileiros”. Convidamos
escritores para refletir o pensamento destas figuras importantes para o
desenvolvimento da intelectualidade nacional.
O dossiê será publicado no número 8 de Revista Sísifo, em novembro de 2018. O prazo para envio de artigos para este número é até 15 de outubro de 2018. Os artigos devem ser enviados para o e-mail sisiforevista@gmail.com, obedecendo as regras estipuladas na seção submissão.
Dossiê Angústia e Melancolia na Modernidade
[encerrado]
Tudo começa com o sol. A Terra perde seu lugar originário. Não mais é centro. E assim também não o são os humanos. Humanos que começam a desbravar seu planeta. Aventuram-se pelos mares em viagens longuíssimas. Descobrem novos povos que apontam para novas maneiras de pensar. Mas que muitas vezes são tidos como selvagens. E outras, prova da corrupção que a sociedade 'civilizada' provocou no 'homem'. E então vêm as catástrofes. Lisboa em chamas. Onde reside a segurança e a bonança divinas assegurando os bons povos cristãos? Questionar a religião é questionar a Igreja que é questionar a organização do Estado. Por que vivemos em tamanha miserabilidade? Libertar-nos-emos! Por trás do furor revolucionário, sentimentos antigos a acompanhar o filósofo europeu da modernidade. Desde o destronamento da Terra como centro do universo, a angústia a melancolia escalaram as paredes do panteão filosófico e lá instalaram residência. Mesmo quando não abordando a temática diretamente, pode ser notada nos escritos dos autores do período certa inquietação causada por estes dois sentimentos. E quem diria que sentimentos costumeiramente tratados como negativos, ruins, fossem contribuir tanto para o pensamento filosófico ocidental! Assim, propomos para a Revista Sísifo o dossiê "angústia e melancolia na modernidade". Leiamos as entrelinhas destes autores que tanto fizeram por nosso pensamento (nos aspectos bons e ruins) e busquemos as inquietações que os levaram a compor tais escritos. Investiguemos como estes sentimentos se manifestam nas mais diversas formas em sua obra.
O dossiê será publicado no número 7 de Revista Sísifo, em maio de 2018. O prazo para envio de artigos para este número é até 01 de abril de 2018. Os artigos devem ser enviados para o e-mail sisiforevista@gmail.com, obedecendo as regras estipuladas na seção submissão.
Bruna Torlay
Jarlee Oliveira Silva Salviano
organizadores
[encerrado]
Algumas palavras, de uma apresentação desnecessária
Bento Prado de
Almeida Ferraz Júnior, ou Bento Prado Jr, ou Bentão: não importa o nível de
proximidade, é muito provável que – se você estuda filosofia – seus caminhos já
tenham se cruzado com algum trabalho desse grande professor, orientador,
tradutor... poeta. Filósofo. A seu trabalho mais conhecido, Presença e
campo transcendental(1988), seguem-se Filosofia da psicanálise (1991), Alguns
ensaios (2000), Erro, ilusão, loucura (2004)
e A retórica de Rousseau e outros ensaios (2008) – o que,
por si só, justificaria essa homenagem. Mas Bento fez mais pela filosofia
brasileira, e as centenas de professores de filosofia que assistiram suas
aulas, receberam orientação ou foram ajudadas de algum modo sabem disso. Assim,
a Revista Sísifo, em reconhecimento desse trabalho convida todos a
colaborarem.
O dossiê será
publicado em fevereiro de 2018, numa edição especial da Revista
Sísifo. O prazo para envio de artigos em submissão espontânea é
até 10 de janeiro de 2018. Os artigos devem ser enviados para o
e-mail sisiforevista@gmail.com, de acordo com as regras
estipuladas na seção "Submissão".
Luciano Donizetti
(organizador)
[encerrado]
Ao longo da história da filosofia,
mulheres foram excluídas da produção de conhecimento e desacreditadas no papel
de filósofas. A filosofia tem sido um conhecimento dos homens. Essa
invisibilidade epistemológica provoca o silêncio em torno da produção de
mulheres do passado e das de hoje, desencorajadas a se aproximar da razão,
manejar conceitos, produzir conhecimento. Isso se fez devido à relação de
exclusão criada entre o feminino e a razão. O sujeito do conhecimento, apesar
de ter sido sempre tratado como universal e, por vezes, transcendental, sempre
teve gênero, raça e lugar implícito a seu pretenso caráter científico. O
feminino foi através das teorias modernas – sejam as teorias epistemológicas,
sejam as teorias políticas e de ética –, assimilado com o espaço privado, o
cuidado, a sensibilidade que, não por acaso, é colocado por essas teorias como
tendo papel secundário em relação à razão, que organiza o conhecimento
científico e a vida pública da política. Os exemplos
de posicionamentos misóginos aparecem em grande número e permeiam grandes obras
de vários cânones da história da filosofia. À mulher, o outro da razão, não
cabe o exercício da filosofia que, apesar de ter abandonado atualmente em
grande medida o caráter metafísico que lhe foi constitutivo, ainda opera
através de uma linguagem generalista que se pretende isenta das relações de
poder que permeiam as relações entre gênero, raças e etnias.
Ao propor um dossiê sobre a
relação das mulheres com a filosofia, buscamos expor a presença das mulheres na
filosofia, apresentando-as como protagonista na história do conhecimento e
quebrando o padrão masculino hegemônico. O dossiê busca abrir espaço para
discutir gênero como conceito filosófico, expondo essa categoria que normalmente
é desconsiderada pela investigação filosófica, inclusive pela filosofia
contemporânea. Porém, indo além desse debate, o dossiê pretende também lançar
luz sobre a obra de filósofas, independente do tema discutido por elas.
Evidenciaremos a mulher como sujeito do conhecimento, apresentando filósofas
com obras expressivas, criadoras de sistemas e ricas leitoras de seu tempo.
Para realizar essa reflexão, sugerimos o diálogo com obras de autoras como Hannah
Arendt, Simone de Beauvoir, Judith Butler, Edith Stein, Mary Wollstonecraft,
Nancy Fraser, Dorit Bar-On, Chantal Mouffe, Rahel Jaeggi, Angela Davis, Gayatri
Spivak, Iris Young, Simone Weil, entre outras, abordando os temas investigados
em suas obras.
O dossiê será publicado na edição de novembro de 2017 da Revista Sísifo. O prazo para envio de artigos para publicação nesta edição encerra no dia 10 de outubro de 2017. Os artigos devem ser enviados para o e-mail sisiforevista@gmail.com, de acordo com as regras estipuladas na seção "Submissão".
O dossiê será publicado na edição de novembro de 2017 da Revista Sísifo. O prazo para envio de artigos para publicação nesta edição encerra no dia 10 de outubro de 2017. Os artigos devem ser enviados para o e-mail sisiforevista@gmail.com, de acordo com as regras estipuladas na seção "Submissão".
Karla Cristhina Soares Sousa
Laiz Fraga Dantas
Organizadoras
[encerrado]
Os meios de comunicação têm se popularizado com o passar dos tempos. Na Grécia antiga tinha-se o teatro e a poesia, na modernidade a imprensa transpôs fronteiras até então impensadas. Estes meios utilizados para se reportar à população foram se ampliando: o número de jornais impressos aumentou com o número de pessoas que aprenderam a ler; veio o rádio e, em seguida, a pintura, que era de acesso aos poucos nobres ou burgueses consumidores, se alia à fotografia, que com suas técnicas de reprodução ampliam o público admirador dos pintores; da fotografia nasce o cinema, que juntos levam narrativas a todos os cantos do mundo. No século XXI, a internet afirma-se como mass media e desencadeia grande revisão em torno dos debates ligados à comunicação. Para muitos autores, o importante a notar é que subjacente a todos estes meios existe a proliferação de um discurso, de uma ideologia – já que apostam que nunca há discurso livre de alguma ideologia. Platão denunciava a corrupção da ética da população grega promovida pelos poetas; o filósofo contemporâneo denuncia o uso das peças de ficção (em televisão, rádio, cinema e mídias impressas e eletrônicas) como meio de propaganda dos governos e do grande capital.
O dossiê Política, comunicação e cultura procura desenvolver um debate em torno de questões como: quais os usos possíveis dos meios de comunicação? Em que medida os meios de comunicação de massa podem estreitar a distância entre bem estar social e pujança tecnológica? As redes sociais são mesmo linhas de fuga, zona de autonomia? É possível encontrar nestes meios alguma linguagem que comunique conhecimentos considerados “mais sofisticados” como a ciência, a filosofia e a arte sem que os conteúdos destas práticas sejam subtraídos ao leitor comum? O dossiê propõe ainda uma reflexão sobre a promíscua relação entre os que detêm os monopólios dos meios de comunicação e, simultaneamente, ocupam as mais variadas cadeiras do poder institucional; os efeitos culturais de tal relação em uma sociedade que insiste em não democratizar os seus veículos comunicacionais. Para a realização desta reflexão, o diálogo com a obra de autores como Hannah Arendt, Guy Débord, Noam Chomsky, Jean Baudrillard, Nancy Fraser, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Antonio Gramsci, Michel Foucault, Jean-Paul Sartre e Jacques Rancière será muito bem-vindo.
O dossiê será lançado na última semana de maio no site da Revista Sísifo. O prazo para o envio de artigos é até 09 de abril. Os artigos deverão ser enviados para sisiforevista@gmail.com, de acordo com as regras de submissão que podem ser consultadas aqui ou na seção "Submissão".
Marcelo Vinicius,
Rodrigo Araújo,
Yves São Paulo
Organizadores